Fonte: http://materecclesiauna.wordpress.com/2014/12/03/para-pensar-com-calma-e-nao-tornar-jesus-inutil/
Quando hoje a Igreja, com renovada consciência, abre-se para o diálogo com as outras religiões, deve sempre conservar a atitude de fecunda tensão que sempre a norteou no contato com as realidades não-cristãs:
De um lado abertura para reconhecer tudo quanto de bom aí possa encontrar-se, individuando nessas realidades as sementes do Verbo, espalhadas em todas as realidades criaturais, já que tudo quanto existe foi criado através do Filho morto e ressuscitado e para o Filho morto e ressuscitado. Isso nos livra de todo fechamento e de ver o demônio em tudo que esteja fora da sacristia!
Outro excesso a evitar-se é aquele de certo diálogo inter-religioso atual, que nivela as religiões todas entre si, considerando o cristianismo apenas mais um veículo da revelação – o mais elevado, mas apenas mais um. Tal visão é falsa, errônea e fere no coração a fé cristã.
O cristianismo é absolutamente único: não é uma palavra humana sobre Deus e sobre o homem, mas uma palavra de Deus, uma palavra realmente revelada por Deus sobre Si mesmo, sobre a humanidade e sobre o mundo.
Em Cristo Deus nos visitou pessoalmente, pessoalmente fez-Se um de nós para nos fazer efetivamente participantes da Sua Vida divina. Perder de vista esta estupenda realidade é esvaziar totalmente o cristianismo e inutilizar a cruz de Cristo.
Nunca é demais recordar: Jesus não é um simples mensageiro, não é um simples profeta nem mesmo um homem perfeito! Ele é, pessoalmente, Deus bendito pelos séculos, Ele é a segunda Pessoa da Trindade Santíssima, através Dele e para Ele tudo foi criado e nós mesmos existimos. Em Jesus nosso Senhor Deus, pessoalmente, realmente, visitou-nos! Jesus não é um humano que Se fez Deus, mas Deus mesmo que Se humanizou, tomando a condição de servo para nos dar a Sua Vida divina pela Sua morte e ressurreição. Para isto Ele veio; por isso nós cremos Nele e a Ele entregamos a nossa vida: para que a nossa vida seja transfigurada em Vida!
Dom Henrique Soares